DESENVOLVIMENTO:
Com certeza existem assuntos que não temos muito conhecimento e poderemos aprender com quem tem. Posso afirmar sem medo e receio que já fui ensinado por meu filho. Fui ensinado por estagiários e isto não tirou minha autoridade sobre eles.
ENSINAR NÃO IMPLICA AUTORIDADE.
Falando nisso, muitos pais erram em não ouvir seus filhos. Muitos
professores erram em não ouvir bons alunos.
E ensinar sobre a bíblia? Exerce autoridade quem ensina a Bíblia?
Na segunda questão deixo claro que ensinar não é somente para quem exerce
autoridade, mas para quem tem conhecimento sobre algo. Considero que isto se
aplica ao ensino bíblico também.
Uma mãe pode ensinar seu filho durante toda sua infância o que a Bíblia
diz sobre as coisas da vida. Se seu filho crescer e se tornar Pastor, isto não
implica que sua mãe não lhe possa passar conhecimentos bíblicos. Os filhos
continuam ouvindo os ensinamentos dos Pais e isto não vai lhe tirar o ofício.
A
pregação do evangelho, por sua própria natureza, é uma forma de ensino. Através
dela, expõe-se a verdade divina e o caminho da salvação. O mandamento de pregar
o evangelho é universal, sem distinção de sexo, conforme o "Ide" de
Jesus.
Diversas passagens paulinas incentivam o ensino mútuo entre todos os crentes, sem restrição de gênero:
Colossenses 3:16: "Habite, ricamente, em vós a palavra de Cristo; instruí-vos e aconselhai-vos mutuamente em toda a sabedoria, louvando a Deus, com salmos, e hinos, e cânticos espirituais, com gratidão, em vosso coração". Esta passagem encoraja o aconselhamento e a instrução mútua entre todos, homens e mulheres.
Romanos 12:6-8: Ao discorrer sobre os dons espirituais, Paulo menciona o dom de ensinar ("o que ensina esmere-se no fazê-lo") sem restringir este dom ou sua prática a um gênero específico, indicando que o ensino é uma atividade para a igreja como um todo.
1 Timóteo 2:11-15
“Ao que tudo indica, algumas mulheres da igreja de Éfeso, insufladas pelo ensino dos falsos mestres, estavam querendo essa posição oficial para ensinar nas assembleias cristãs. Paulo, porém, corrige a situação determinando que elas não assumam posição de liderança autorizada nas igrejas, para ensinarem doutrina cristã nos cultos, onde certamente homens estariam presentes. Paulo não está proibindo todo e qualquer tipo de ensino feito por mulheres nas igrejas. Profetizas na igreja apostólica certamente tinham algo a dizer aos homens durante os cultos. Para o apóstolo, a questão é o exercício de autoridade sobre homens, e não o ensino. O ministério didático feminino, exercido com o múnus da autoridade que ofícios de pastor e presbítero emprestam, seria uma violação dos princípios que Paulo percebe na criação e na queda.
O ensinar que Paulo não permite é aquele em que a mulher assume uma posição de autoridade eclesiástica sobre o homem. Isso é evidente do fato que Paulo fundamenta seu ensino nas diferenças com que homem e mulher foram criados (v. 13), e pela frase "autoridade sobre o homem" (v. 12b). Um equivalente moderno seria a ordenação como ministro da Palavra, para pregar a Palavra de Deus numa igreja local”. Augustus Nicodemus (FIDES REFORMATA1997)
Alguns cristãos interpretaram esse versículo como dizendo que a mulher nunca deve ensinar coisa alguma a nenhum homem (o que, de qualquer modo, é às vezes difícil de fazer!). Em algumas igrejas as mulheres são proibidas não apenas de pregar, mas de lecionar na escola dominical, participar de estudos bíblicos ou dar qualquer outro tipo de instrução. No entanto, esse entendimento confronta o que a Bíblia ensina a respeito da condição de profeta de todos os cristãos. Pedro, na sua pregação no Pentecostes, citou o profeta Joel: “E acontecerá nos últimos dias, diz o Senhor, que derramarei do meu Espírito sobre toda a carne; vossos filhos e vossas filhas profetizarão, vossos jovens terão visões, e sonharão vossos velhos; até sobre os meus servos e sobre as minhas servas derramarei do meu Espírito naqueles dias, e profetizarão” (At 2.17-18). Estudos Bíblicos Expositivos em 1 Timóteo, Philip Graham Ryken
1 Coríntios 14:34-35
Implicações e Perguntas para Reflexão
Perguntas para reflexão:
1. Perguntar ou discutir em um culto é proibido para todos. As perguntas
são feitas em palestras e escolas dominicais, onde acredito que qualquer um
possa fazer uma pergunta, quer seja homem, quer seja mulher. Caso a mulher seja
obrigada a sair com dúvida, então, porque ir à EBD?
Não há dúvida que proibir a mulher de ensinar implicaria consequentemente em proibi-la de fazer comentários ou perguntar em uma palestra, ou escola bíblica. Àqueles que defendem a mulher calada, devem ser coerentes e não as deixar fazerem colocações ou perguntas.
Isto, em meu entendimento, não é algo de bom senso. A mulher sequer poderia discutir com um homem, pois, a discussão é para defender convicções. Em uma discussão, a mulher com certeza iria querer que sua opinião prevalecesse sobre a do homem. Neste caso, seria contrário aos defensores do não ensino das mulheres.
2. Porque as mulheres podem discutir em outros locais (gabinete pastoral,
casa de um irmão, fora do culto, etc.) e não pode na igreja?
3. Quando o fato de ensinar tem função de autoridade? Um irmão qualquer
pode ensinar o Pastor e não ter autoridade sobre ele.
4. Recebemos muitas instruções de mulheres professoras na
nossa vida secular e nem por isso ficamos envergonhados ou nos julgamos
inferiores. Demonstra apenas um maior conhecimento do assunto. Por que é
desonroso um homem aprender de uma mulher?
5. Em uma EBD, alguma mulher que seja descrente e tenha uma
dúvida e faça uma pergunta, vamos mandá-la calar a boca? Não poderiam as
visitantes tentar saber sobre Cristo? Não seria importante deixá-la perguntar
e aproveitar para pregar o evangelho?
6. Hoje temos mulheres muito mais capazes que muitos homem.
Esposas que corrigem seus maridos em algum deslize. Fica difícil entender o fato
de termos mulheres aptas, mas que não podem ensinar. Então fica a
pergunta: Deus é muito lógico na sua criação. Ele criou as coisas com
muita lógica, então por que Deus não quer que a mulher fale na igreja? Teria
alguma explicação lógica ou a resposta será sempre a mesma: “porque não quis”.
7. Entendo que, alguém que mostra o caminho certo para uma
pessoa que está trilhando o errado, ela está ensinando. Partindo deste
princípio pregar o evangelho é ensinar o caminho certo que devemos seguir.
Então a mulher pode ou não pode pregar? Trata-se de um mandamento? Seria pecado
a mulher ensinar na igreja?
8. Por que então as mulheres escrevem livros sobre assuntos
bíblicos? Se ela não pode ensinar, então a lógica seria não escrever livros,
ou, pelo menos, estes livros serem proibidos para homens. Há pouca lógica
nisto.
Evidências
Bíblicas para o Ensino Feminino
Além
das passagens já citadas, outros textos reforçam a capacidade e o dever das
mulheres de ensinar:
· Atos 18:26: "Ele, pois, começou a falar ousadamente na sinagoga. Ouvindo-o, porém, Priscila e Áquila, tomaram-no consigo e, com mais exatidão, lhe expuseram o caminho de Deus". Este verso indica que Priscila, junto com Áquila, ensinou Apolo com mais exatidão sobre o evangelho.
· Gálatas 3:28: "Dessarte, não pode haver judeu nem grego; nem escravo nem liberto; nem homem nem mulher; porque todos vós sois um em Cristo Jesus". Esta passagem enfatiza a igualdade fundamental em Cristo, o que tem implicações para o exercício de dons.
· 1 Coríntios 11:5: "Toda mulher, porém, que ora ou profetiza com a cabeça sem véu desonra a sua própria cabeça, porque é como se a tivesse rapada". Paulo reconhece que as mulheres oravam e profetizavam, sendo a profecia a transmissão de uma mensagem divina, que frequentemente envolvia ensino, exortação e consolo.
· Provérbios 1:8: "Filho meu, ouve a instrução de teu pai, e não deixes o ensino de tua mãe". Este verso reconhece a importância do ensino materno no lar.
· Provérbios 14:1: "Toda mulher sábia edifica a sua casa; a insensata, porém, derruba-a com as suas mãos". A sabedoria feminina, que edifica o lar (base da sociedade e da igreja), certamente inclui a aplicação e o ensino da Palavra de Deus.
Conclusão
"Proibir as mulheres de ensinar os homens é contrário ao mandamento bíblico e até mesmo contrário ao exemplo bíblico". Estudos Bíblicos Expositivos em 1 Timóteo, Philip Graham Ryken
QUE DEUS TENHA MISERICÓRDIA DE NÓS
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