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COMBATENDO AS HERESIAS DA IGREJA ADVENTISTA DO SÉTIMO DIA


COMBATENDO AS HERESIAS DA IGREJA ADVENTISTA DO SÉTIMO DIA

Introdução

A fé cristã histórica, alicerçada nas Escrituras Sagradas, é o nosso único e suficiente padrão de fé e prática (Sola Scriptura). Ao longo da história, diversas interpretações e doutrinas surgiram, distanciando-se dos ensinamentos apostólicos. A Igreja Adventista do Sétimo Dia (IASD), fundada no século XIX, apresenta um conjunto de doutrinas particulares que divergem significativamente do cristianismo ortodoxo. Este texto visa analisar e refutar, com base bíblica, alguns desses ensinamentos, não com espírito de contenda, mas em defesa do "evangelho que uma vez por todas foi entregue aos santos" (Judas 1:3).


1. O Juízo Investigativo

  • Doutrina Adventista: Afirmam que em 22 de outubro de 1844, Cristo não retornou à Terra, como previsto por Guilherme Miller, mas iniciou uma nova fase de seu ministério. Ele teria entrado no "Santo dos Santos" do Santuário Celestial para iniciar um "juízo investigativo", no qual Ele examina a vida de todos os que professaram fé para determinar quem é digno da salvação. A expiação, portanto, não foi completada na cruz.
  • “Em 1844 Cristo entrou no mais santo lugar do santuário celestial, para terminar o trabalho de expiação, preparatório de Sua Vinda [...] Para fazer expiação por todos aqueles que se mostrassem aptos para receber os benefícios da mesma[1].” (WHITE, Ellen G. O Grande Conflito, p. 481 e 456).
  • Refutação Bíblica:

Esta doutrina, nascida para justificar uma profecia publicamente fracassada (o "Grande Desapontamento"), colide frontalmente com a suficiência e finalidade da obra de Cristo.

1.    A Expiação foi Concluída na Cruz: O brado de Cristo no Calvário, "Está consumado!" (Tetelestai em grego) (João 19:30), não foi um grito de resignação, mas uma declaração de vitória e cumprimento. Tetelestai era um termo comercial que significava "dívida paga integralmente". A obra da redenção foi completa, final e perfeita naquele momento. A ideia de que algo mais seria necessário em 1844 esvazia o poder da cruz.

2.    Acesso Imediato pela Graça: A Escritura afirma que Cristo, ao morrer, rasgou o véu do templo, simbolizando nosso acesso direto a Deus (Mateus 27:51). Ele não entrou em um compartimento celestial para iniciar um processo de investigação, mas "entrou no Santo dos Santos, uma vez por todas, tendo obtido eterna redenção" (Hebreus 9:12). A palavra grega ephapax ("uma vez por todas") enfatiza um ato único e irrepetível. A doutrina adventista transforma este ato único em um processo contínuo e incerto.

3.    A Certeza da Salvação: O "juízo investigativo" gera incerteza, pois a salvação dependeria de uma análise futura das obras do crente. Contudo, a Bíblia assegura: "Agora, pois, já nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus" (Romanos 8:1). E ainda: "Quem os condenará? É Cristo Jesus quem morreu, ou, antes, quem ressuscitou, o qual está à direita de Deus e também intercede por nós" (Romanos 8:34). Nossa justificação não está pendente de investigação; ela já foi declarada pela fé em Cristo.


2. O Sábado como o Selo de Deus

  • Doutrina Adventista: A guarda do sábado do sétimo dia é o "Selo de Deus", o sinal distintivo do povo de Deus no tempo do fim. Consequentemente, a adoração no domingo será, no futuro, a "Marca da Besta".
  • “Quando a observância do domingo for imposta por lei, e o mundo for esclarecido relativamente à obrigação do verdadeiro sábado, quem então transgredir o mandado de Deus para obedecer a um preceito que não tem maior autoridade que a de Roma, honrará desta maneira o papado mais do que a Deus. Presta homenagem a Roma e ao poder que impõe a instituição que Roma ordenou. Adora a besta e a sua imagem. Ao rejeitarem os homens a instituição que Deus declarou ser o sinal de Sua autoridade, e honrarem em seu lugar a que Roma escolheu como sinal de sua supremacia, receberão, de fato, o sinal da fidelidade a Roma — ‘o sinal da besta’.[2]
  • Refutação Bíblica:

Esta doutrina confunde o sinal da Antiga Aliança com o selo da Nova Aliança e impõe um fardo que o Novo Testamento removeu.

1.    O Selo é o Espírito Santo: A Bíblia é explícita ao identificar o selo do crente. Não é um dia, mas uma Pessoa divina: "tendo nele também crido, fostes selados com o Espírito Santo da promessa" (Efésios 1:13). Veja também 2 Coríntios 1:22. O selo é uma garantia interna e espiritual, não uma observância externa de um dia.

2.    A Nova Aliança e o Domingo: A essência do quarto mandamento transcende a mera observância de um dia específico; ele aponta para um princípio divino eterno: a necessidade de separar um tempo regular para o descanso e, fundamentalmente, para a adoração a Deus. Com a vinda de Cristo e a inauguração da Nova Aliança, o foco da adoração cristã se deslocou. Em celebração à ressurreição de Cristo, o evento central da nossa fé ocorrido no primeiro dia da semana, a igreja primitiva adotou o domingo como o "Dia do Senhor" (Apocalipse 1:10). Assim, o descanso que o domingo representa não é mais uma sombra da antiga criação, mas a celebração vibrante da nova criação em Cristo, cuja obra de redenção foi selada com a Sua vitória sobre a morte.


3. Aniquilacionismo (A Destruição dos Ímpios)

  • Doutrina Adventista: Os ímpios não sofrerão um tormento eterno e consciente. Após o juízo, eles serão completamente aniquilados pelo fogo, deixando de existir. O inferno não é eterno.
  • "No fim do milênio, Cristo e Seus santos retornarão à Terra. Os ímpios mortos serão ressuscitados e, juntamente com Satanás e seus anjos, cercarão a cidade; mas fogo de Deus os consumirá e purificará a Terra. O Universo ficará assim eternamente livre do pecado e dos pecadores[3]."
  • Refutação Bíblica:

Essa visão, embora menos severa, contradiz as palavras diretas de Jesus e dos apóstolos sobre o destino final dos perdidos.

1.    A Duração do Castigo: Em Mateus 25:46, Jesus usa a mesma palavra grega, aiónios (eterno, perpétuo), para descrever o destino de ambos os grupos: "E irão estes para o castigo eterno, mas os justos, para a vida eterna". É logicamente insustentável argumentar que aiónios significa "interminável" para a vida e "temporário" para o castigo no mesmo versículo. Se o castigo não é eterno, a vida também não é.

2.    A Natureza do Sofrimento: Apocalipse 20:10 descreve o destino do diabo, da besta e do falso profeta: "serão atormentados de dia e de noite, pelos séculos dos séculos". A linguagem não poderia ser mais clara sobre um tormento consciente e sem fim. Apocalipse 14:11 afirma sobre os adoradores da besta: "A fumaça do seu tormento sobe pelos séculos dos séculos, e não têm descanso algum, nem de dia nem de noite". Aniquilação é o oposto de tormento sem descanso.

3.    Estado Consciente após a Morte: A parábola do Rico e Lázaro (Lucas 16:19-31), embora uma parábola, foi usada por Jesus para ensinar verdades sobre a vida após a morte. Ela descreve um estado imediato e consciente de tormento e sofrimento para o ímpio, refutando tanto o sono da alma quanto o aniquilacionismo.


4. A Natureza Pecaminosa de Cristo

Uma antiga publicação adventista chegava a afirmar que Jesus "herdou exatamente o que herda todo filho de Adão - uma natureza pecaminosa”[4].

  • Doutrina Adventista: Cristo, ao encarnar, assumiu a natureza humana caída e pecaminosa, igual à nossa após a queda de Adão.
  • Refutação Bíblica:

Esta é uma das mais graves distorções teológicas, pois compromete a perfeição do sacrifício de Cristo.

1.    Nascido Santo: O anjo Gabriel declarou a Maria: "O Espírito Santo virá sobre ti... por isso, também o ente santo que há de nascer será chamado Filho de Deus" (Lucas 1:35). Ele não nasceu com uma natureza corrompida pelo pecado original.

2.    O Cordeiro Imaculado: A Lei exigia um sacrifício "sem defeito" (Levítico 1:3). Cristo foi nosso sacrifício perfeito. Pedro O chama de "cordeiro sem defeito e sem mácula" (1 Pedro 1:19). Se Ele tivesse uma natureza pecaminosa, Ele mesmo precisaria de um salvador e estaria desqualificado para ser o nosso.

3.    Sem Pecado para Vencer o Pecado: A Escritura afirma que Ele "foi tentado em todas as coisas, à nossa semelhança, mas sem pecado" (Hebreus 4:15). E ainda: "Aquele que não conheceu pecado, ele o fez pecado por nós; para que, nele, fôssemos feitos justiça de Deus" (2 Coríntios 5:21). Ele compartilhou nossa humanidade, mas não nossa natureza pecaminosa.


5. O Sono da Alma (Psicopaniquia)

  • Doutrina Adventista: Após a morte, a alma entra em um estado de total inconsciência, um "sono", até a ressurreição.

·        "O salário do pecado é a morte. Mas Deus, o único que é imortal, concederá vida eterna a Seus remidos. Até aquele dia, a morte é um estado de inconsciência para todas as pessoas. Quando Cristo, que é a nossa vida, Se manifestar, os justos ressuscitados e os justos vivos serão glorificados e arrebatados para encontrar seu Senhor[5]."

·        Refutação Bíblica:

O Novo Testamento descreve repetidamente um estado consciente e imediato para a alma após a morte.

1.    Comunhão Imediata com Cristo: Paulo expressa seu desejo: "tendo o desejo de partir e estar com Cristo, o que é incomparavelmente melhor" (Filipenses 1:23). Por que ele consideraria um "sono" inconsciente de milênios como "incomparavelmente melhor" do que viver e servir a Cristo na Terra? Sua certeza era de uma comunhão imediata. Ele reforça isso em 2 Coríntios 5:8: "preferindo deixar o corpo e habitar com o Senhor". Estar ausente do corpo é estar presente com o Senhor.

2.    A Promessa ao Ladrão: Na cruz, Jesus prometeu ao ladrão arrependido: "Em verdade te digo que hoje estarás comigo no Paraíso" (Lucas 23:43). A tentativa de alterar a pontuação ("Em verdade te digo hoje, estarás...") é gramaticalmente forçada e ignora o contexto. Jesus estava assegurando a imediatez da salvação em resposta ao pedido do ladrão para ser lembrado "quando" viesse em Seu reino futuro.

3.    As Almas no Céu: Em Apocalipse 6:9-10, João vê "debaixo do altar as almas daqueles que foram mortos", e elas clamam a Deus. Elas estão conscientes, lembram-se de sua morte e desejam justiça. Isso é incompatível com um estado de "sono" inconsciente.


6. Ellen G. White como Profetisa Inspirada

  • Doutrina Adventista: Ellen G. White (EGW) foi uma profetisa inspirada por Deus, e seus escritos são uma "luz menor" que conduz à "luz maior", a Bíblia. Na prática, seus escritos funcionam como um guia normativo e um filtro interpretativo para as Escrituras.
  • "As Escrituras testificam que um dos dons do Espírito Santo é a profecia. Cremos que este dom é uma característica da igreja remanescente e foi manifestado no ministério de Ellen G. White. Seus escritos falam com autoridade profética e proveem conforto, orientação, instrução e correção para a igreja. Eles também tornam claro que a Bíblia é a norma pela qual todo o ensino e experiência devem ser provados[6]."
  • Refutação Bíblica:

Esta doutrina atenta contra o princípio da suficiência das Escrituras e o fechamento do cânon bíblico.

1.    O Fechamento do Cânon: A revelação de Deus foi progressiva, mas culminou e se encerrou em Cristo e no testemunho apostólico registrado no Novo Testamento. "Havendo Deus, outrora, falado... pelos profetas, nestes últimos dias, nos falou pelo Filho" (Hebreus 1:1-2). A fé foi "uma vez por todas entregue aos santos" (Judas 1:3). Não há espaço para novas revelações doutrinárias ou escritos com autoridade canônica.

2.    A Proibição de Acréscimos: O livro de Apocalipse termina com uma advertência solene contra adicionar ou subtrair das palavras da profecia (Apocalipse 22:18-19). Embora se refira diretamente ao livro de Apocalipse, o princípio se aplica a todo o corpo canônico da revelação divina. Colocar os escritos de EGW, mesmo como "luz menor", como autoridade para a fé e prática, na realidade, adiciona um padrão extra-bíblico.

3.    O Teste de um Profeta: A Bíblia adverte que o teste final para qualquer ensino é sua conformidade com a revelação já estabelecida (Gálatas 1:8-9). Se os escritos de EGW introduzem doutrinas não encontradas ou contrárias à Bíblia (como o Juízo Investigativo ou o bode emissário como Satanás), eles falham no teste apostólico.


7. O Bode Emissário como Representação de Satanás

  • Doutrina Adventista: No ritual de Levítico 16, o bode emissário (ou Azazel), sobre o qual os pecados eram confessados e que era enviado ao deserto, representa Satanás, que no final levará a culpa pelos pecados dos salvos.
  • "Quando o ministério de Cristo no santuário celestial se encerrar [...] então Ele porá os pecados do Seu povo sobre Satanás, que deverá sofrer o castigo final. [...] Assim, na cerimônia típica, o ciclo anual do ministério de expiação se encerrava com a remoção dos pecados de Israel do santuário, e com a confissão desses pecados sobre a cabeça do bode emissário. Assim também, na grande obra final da expiação, os pecados do povo de Deus serão removidos do santuário celestial e colocados sobre Satanás, para serem finalmente aniquilados na destruição fina[7]l."
  • Refutação Bíblica:

Esta interpretação é teologicamente insustentável e atribui a Satanás uma parte na obra expiatória, o que é uma blasfêmia.

1.    Cristo Cumpre Ambos os Papéis: Os dois bodes formavam uma única oferta pelo pecado (Levítico 16:5). Eles representam duas facetas da obra de Cristo. O bode sacrificado representa a morte de Cristo, que paga a penalidade do pecado (propiciação). O bode emissário, que leva os pecados para longe, representa o resultado da morte de Cristo: a remoção completa da nossa culpa (expiação). Cristo não apenas morreu por nossos pecados, Ele os levou para longe de nós.

2.    Cristo é o Portador do Pecado: A Bíblia é inequívoca: "Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo!" (João 1:29). Isaías profetizou sobre o Messias: "o SENHOR fez cair sobre ele a iniquidade de nós todos" (Isaías 53:6). E Pedro confirma: "carregando ele mesmo em seu corpo, sobre o madeiro, os nossos pecados" (1 Pedro 2:24).

3.    O Papel de Satanás: Satanás é o acusador (Apocalipse 12:10), o tentador (Mateus 4:3) e o pai da mentira (João 8:44). Dar a ele qualquer papel na remoção do pecado é uma perversão total do Evangelho e uma negação da exclusividade e suficiência da obra de nosso Senhor Jesus Cristo.


Conclusão

A análise destas doutrinas adventistas revela um padrão de interpretação que se afasta da clareza das Escrituras, muitas vezes para validar as experiências e escritos de seus fundadores. O cristão deve se apegar firmemente à Palavra de Deus como sua única regra de fé, rejeitando qualquer ensino que diminua a obra consumada de Cristo, que negue a natureza eterna da justiça e do juízo de Deus, ou que eleve qualquer escrito humano ao nível de autoridade divina. Nossa segurança e esperança repousam unicamente em Cristo e em Sua Palavra infalível.

 



[1] WHITE, Ellen G. O Grande Conflito. Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira.

[2] WHITE, Ellen G. O Grande Conflito, p. 605.

[3] Nisto Cremos, p. 423.

[4] Citação extraída de Estudos Bíblicos (Casa Publicadora Brasileira, edições antigas, pp. 140-141).

[5] Nisto Cremos, p. 403.

[6] Nisto Cremos, p. 277.

[7] O Grande Conflito, p. 422.


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1 Comentários

  1. QUE FALTA DE ENTENDIMENTO DAS ESCRITURAS, SE NAO ENTENDEIS AS COISAS DA TERRA COMO PODEIS ENTENDER DAS COISAS DO CÉU? NAO FOI MOISES QUE ESCREVEU O LIVRO DE LEVITICOS? LÁ ESTÁ ESCRITO QUE O BODE EMISSARIO FAZ EXPIAÇAO? SÓ O BODE QUE É ESCOLHIDO PARA O SENHOR FAZ EXPIAÇAO E MORTO, CUJO SANGUE É LEVADO PARA O INTERIOR DO SANTUARIO É QUE FAZ A PURIFICAÇAO DO SANTUARIO. ISSO É EVIDENTE NO TEXTO, SÓ UM BODE É PARA O SENHOR O OUTRO NAO É. MOISES É QUE ESCREVEU ISSO POR INSPIRAÇAO.

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