Desculpas
ou Prioridades? Uma Reflexão Honesta Sobre Nossa Presença na Igreja
Na
correria da vida moderna, é comum nos sentirmos sobrecarregados com
compromissos. Trabalho, estudos, família e lazer disputam nossa atenção. Nesse
cenário, a participação na vida da igreja pode, por vezes, ser vista como
"apenas mais uma atividade". Quando isso acontece, as desculpas para
a ausência surgem com facilidade.
É
claro que existem razões legítimas e inevitáveis para faltar a um culto ou
programação. A vida acontece. Contudo, quando a ausência se torna um padrão,
somos chamados a fazer uma pausa e examinar com sinceridade as verdadeiras
motivações do nosso coração.
Um
Exame Sincero de Nossas Desculpas
Antes
de decidir faltar a uma atividade da igreja, que tal nos fazermos algumas
perguntas honestas?
1. O
argumento do cansaço físico: "Estou doente" ou "Estou
cansado." Esta pode ser, sem dúvida, uma razão válida. O descanso é
bíblico.
- A reflexão honesta:
Essa mesma indisposição ou cansaço me impediria de ir a uma final de
futebol, a um evento de trabalho importante ou à festa de um grande amigo?
O que meu corpo fará em vez de ir à igreja? Descansará para se recuperar
ou passará horas em frente à TV, navegando em redes sociais ou em outras
atividades de lazer?
2. O
argumento da agenda: "Tenho outra programação" ou "Tenho que
estudar." Organizar o tempo é um desafio real.
- A reflexão honesta:
O que, em minha agenda, tem mais peso do que a comunhão com os irmãos e a
adoração a Deus? Essa "outra programação" — seja uma festa, um
encontro com amigos ou mesmo uma sessão de estudos — realmente não poderia
ser agendada para outro momento? Por que o compromisso com a igreja é
frequentemente o primeiro a ser cortado quando a agenda aperta?
3. O
argumento da preferência: "Não gosto da programação da igreja." É
justo ter preferências pessoais.
- A reflexão honesta:
Minha participação na igreja deve ser baseada apenas no que me agrada,
como um consumidor escolhe um produto? Ou sou parte de um corpo, chamado a
contribuir, servir e edificar? Já ofereci sugestões construtivas? Já me
voluntariei para ajudar a fazer da programação algo melhor? A adoração e a
comunhão são sobre meu gosto pessoal ou sobre a glória de Deus e o bem da
comunidade?
Se
formos brutalmente honestos conosco, perceberemos que, na maioria das vezes, a
ausência não se deve a um impedimento real, mas a um problema de prioridade.
O
Impacto da Ausência no Corpo de Cristo
Quando
escolhemos nos ausentar habitualmente, não estamos apenas "perdendo um
culto". Nossa ausência gera um impacto real e negativo na comunidade:
- Sobrecarga os que
servem: O trabalho que poderia ser dividido
entre muitos recai sobre os ombros de poucos.
- Desvaloriza o
esforço alheio: Desprestigia o tempo e a dedicação
daqueles que prepararam a programação, o louvor, o ensino.
- Desestimula a
comunidade: Uma igreja com bancos vazios desanima
tanto os membros fiéis quanto, e principalmente, os recém-convertidos e
visitantes.
- Gera preocupação:
A liderança e os irmãos se preocupam, sem saber se a ausência se deve a um
problema, uma crise ou um esfriamento espiritual.
Conclusão:
Um Coração que Anseia por Deus
Reiteramos:
existem razões justas para se ausentar. A vida é complexa. Mas o hábito da
ausência raramente se esconde atrás de uma desculpa legítima. Ele revela o que
realmente priorizamos. Faltamos porque queremos, e nenhuma justificativa é
capaz de massagear essa verdade em nosso coração.
Precisamos
refletir sobre isso e cultivar em nós o espírito do Salmista, que não via o
culto como uma obrigação, mas como um anseio profundo de sua alma. Que nossa
oração seja:
“Quão
amáveis são os teus tabernáculos, SENHOR dos Exércitos! A minha alma suspira e
desfalece pelos átrios do SENHOR; o meu coração e a minha carne exultam pelo
Deus vivo!” (Salmos 84:1-2)
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